quarta-feira, 29 de março de 2017
Brasil Republica Velha
quinta-feira, 16 de março de 2017
O GOVERNO DO FERNANDO COLLOR (1990 - 1995)
A
posse do novo Presidente, em março de 1990, em meio à hiperinflação, foi acompanhada de novas medidas
econômicas, organizadas pela ministra Zélia Cardoso de Mello - o Plano Collor.
Depois do curto sucesso dos primeiros meses do seu mandato, Collor passou
a viver a reversão econômica. Em 1991, a ministra Zélia demitiu-se do cargo, ao mesmo tempo
que emergiam sucessivos escândalos envolvendo membros
do Governo. Ainda nesse ano, ganhou força
a política recessiva, ampliando o desemprego e a miséria da maioria da população. Já no
início de 1992, o presidente Collor experimentava uma crescente impopularidade
com uma inflação sempre superior a 20%, com sinais preocupantes de elevação.
Outro destaque econômico do
governo Collor foi a abertura do mercado à entrada de produtos estrangeiros,
com a redução das tarifas de importação, incluindo a eliminação
da reserva de mercado, como o da informática. O Governo justificava que a política de comércio exterior, facilitando as importações, produziria
a reestruturação da economia, tornando as indústrias
nacionais mais competitivas e estimuladas a igualar-se aos
padrões internacionais. Muitos opositores acusavam tal política de sucatear a produção interna, irradiando falências e desemprego. Embora breve, o governo Collor deu ênfase à privatização, isto é, à transferência de empresas
estatais para o setor privado. Alcançou-se, também, uma parcial normalização
nas relações com os credores estrangeiros,
ampliando a capacidade de pagamento de dívidas do País. Nesse
caso, a política
econômica foi favorecida pelo superávit na balança comercial
e entrada de novos empréstimos e investimentos estrangeiros. No plano interno,
entretanto, agravaram-se as condições de vida
da maioria da população.
Plano Collor e o Impeachment
Após quase trinta anos sem
eleições diretas para Presidente da República, os brasileiros puderam votar e
escolher um, entre os 22 candidatos que faziam oposição
ao atual presidente José Sarney.
Era novembro de 1989. Após uma campanha
agitada, com trocas de
acusações e muitas promessas, Fernando Collor de Mello venceu seu principal
adversário, Luís Inácio Lula da Silva.
Collor conquistou a simpatia
da população, que o elegeu
com mais de 42% dos votos válidos.
Seu discurso era de modernização e sua própria
imagem validou a idéia de renovação. Collor era jovem, bonito e prometia acabar com os chamados “marajás”, funcionários públicos com altos salários, que só oneravam a
administração pública.
Sua primeira medida, ao tomar posse no dia 15 de março de 1990, foi anunciar seu pacote de modernização administrativa e vitalização da
economia, através do plano Collor I, que previa, entre outras coisas:
-
Volta do Cruzeiro
como moeda;
-
Congelamento de
preços e salários;
-
Bloqueio de
contas correntes e poupanças no prazo de 18
meses;
-
Demissão de
funcionários e diminuição de órgãos públicos;
O objetivo deste plano, segundo
Collor, era conter a inflação e cortar gastos desnecessários do governo. Porém,
estas medidas não tiveram sucesso, causando profunda recessão, desemprego e
insatisfação popular.
Trabalhadores, empresários, foram surpreendidos com o
confisco em suas contas bancárias. O governo chegou a bloquear em
moeda nacional o equivalente a oitenta bilhões de dólares.
O
governo Collor também
deu início às privatizações das estatais e à redução
das tarifas alfandegárias. Com produtos importados a preços menores, a indústria nacional percebeu a necessidade de
se modernizar e correr atrás do prejuízo.
Seis meses após o primeiro pacote econômico, Collor
lançou um segundo plano, o Collor II, que também previa a diminuição
da inflação e outros
cortes orçamentários. Mas, novamente, não obteve êxito e só fez aumentar o
descontentamento da população.
A ministra da Economia, Zélia
Cardoso de Mello, não suportou a pressão e em maio de 1991 pediu demissão do
cargo. Em seu lugar, assumiu Marcílio
Marques Moreira, até então embaixador do Brasil, em Washington. Marcílio
não lançou nenhuma
medida de impacto. Sua proposta era liberar os preços
e salários gradualmente, porém não teve bons
resultados.
A
esta altura, surgiram várias denúncias
de corrupção na administração Collor, envolvendo ministros,
amigos pessoais e até mesmo a primeira
dama, Rosane Collor.
Paulo César Farias,
ex-tesoureiro da campanha
e amigo do presidente, foi acusado de tráfico de influência, lavagem e desvio de dinheiro.
Em entrevista à revista
Veja, Pedro Collor, irmão do presidente, foi quem revelou
os esquemas, que envolviam também Fernando Collor.
A notícia caiu como uma bomba. A população, já insatisfeita com a crise econômica e social, revoltou-se contra o governo.
Foi instalada uma CPI (Comissão
Parlamentar de Inquérito), a fim de investigar a participação de Collor no
esquema chefiado por PC Farias.
Num ato desesperado para salvar
seu mandato, Collor fez um discurso em rede nacional
e pediu para que os brasileiros fossem às ruas, vestidos de verde e amarelo, em gesto de apoio ao presidente. Realmente,
o povo foi às ruas, mas vestido de preto e
exigindo o impeachment de Collor.
No dia 29 de setembro de 1992 a Câmara dos Deputados se reuniu para votar o impeachment do presidente, ou seja, sua destituição do cargo. Foram 441 votos a favor do impeachment e somente 38 contra. Era o fim do “caçador
de marajás”. No lugar de Collor, assumiu o vice-presidente, Itamar Franco.
O Plano Real
O Plano Real nasceu no governo
Itamar Franco, que nomeou Fernando Henrique Cardoso para o ministério da
Fazenda, o qual soube escolher bem sua equipe de economistas e elaborar um plano que realmente controlaria a inflação. O plano teve como objetivo criar uma unidade real de valor
(URV) onde todos os produtos ficariam
desvinculados da moeda
vigente, denominado Cruzeiro
Real. Ficou estabelecido que uma URV corresponderia
a US$ 1. O Cruzeiro Real se desvalorizava em relação a URV e o dólar. Porém foi determinado
um prazo para de vigência
e depois a URV passou a ser referencia de cálculo para preços e contratos firmados
desde sua criação, o Cruzeiro
Real foi deixando aos poucos de ser referência e também o caráter de moeda.
Em 1994 os dois principais
candidatos à presidência da republica foram: Lula do PT e Fernando Henrique
Cardoso, do PSDB. Partido
esse com muitos intelectuais, com destaque para FHC, sociólogo,
considerado honesto, professor
da USP e universidades
estrangeiras. Como já foi comentado
acima, ele como Ministro da Fazenda conseguiu
êxito com o Plano Real e a instituição da URV no governo
Itamar, depois de tantos planos
fracassados nos governos
anteriores. Todo esse quadro
era favorável ao PSDB, que formou uma frente partidária, a principio com o PSDB/PFL/PTB todo esse quadro levaria ao seu êxito eleitoral e também a chamada governabilidade, foi eleito Presidente da
Republica no primeiro turno.
O PSBB encontrou na Argentina e
México, o modelo ideal de plano econômico para controlar a inflação
satisfatoriamente. Foi necessário
fazer pequenas modificações para implantar no Brasil, denominado de Plano Real.
Nascia o Real como a nova moeda brasileira, valorizada com valor acima do dólar americano, quem diria, era difícil de acreditar,
mas era verdade. A nossa moeda ficou tão forte que podemos
destacar muitos benefícios: As importações de matérias-primas e máquinas ficaram mais fáceis
e tinham seus custos reduzidos. Os produtos importados chegavam para o Brasil com os preços
abaixo dos produtos similares
nacional. O dólar seria a referencia absoluta
para todos os preços. A sociedade em geral apoiou o plano, porque
a inflação chegou ao nível mais baixo em toda a sua história, onde patrões e trabalhadores, não tinham mais razão de reivindicar
aumentos. O governo fazia muita propaganda onde falava na melhora do poder aquisitivo dos menos favorecidos, que a partir do
Plano Real poderiam comprar a credito, porque as prestações
não sofreriam aumento todo mês como antes do plano. O brasileiro
passou a comprar mais, a economia foi
reaquecida.
A diferença dos planos anteriores é que o Plano Real conseguiu acabar com a indexação da economia sem congelamentos de preços,
também foi criada uma nova moeda, o real. Como todo plano precisa de ajustes, o
Plano Real também fez ajustes.
segunda-feira, 13 de março de 2017
domingo, 12 de março de 2017
Reino de Cuxe ou Nubia
quarta-feira, 8 de março de 2017
quinta-feira, 2 de março de 2017
A industria do Café - Republica Velha
Milhares de italianos vieram para o Brasil entre 1870 e 1930, e se concentraram, principalmente, nos estados de São Paulo e do
Rio Grande do Sul. Na verdade, esse período foi marcado por um intenso fluxo
migratório em várias partes do mundo. Italianos,
alemães, eslavos, judeus,
árabes, indianos, irlandeses, japoneses, chineses, portugueses e tantos outros
povos deixavam sua terra natal em
busca de melhores condições de vida. Porém, a América era totalmente nebulosa
para a maioria desses imigrantes. Muitos nem sabiam aonde deviam
ir-Estaos Unidos, Argentina, Brasil.As populações já estabelecidas sentiam-se invadidas pelos estrangeiros. A discriminação era constante.
Com o desenvolvimento da produção cafeeira, a população de estado de São Paulo
cresceu numa velocidade vertiginosa. Somava cerca de 800 mil habitantes em 1872.
Complexo Cafeeiro
A cultura
de café chegou a representar 70% das exportações brasileiras. Hoje, ainda permanece importante nas vendas externas de produtos
de origem agrícola - está entre os seis principais itens na pauta de exportação do País -, mas está sujeita a oscilações dos preços internacionais (que têm flutuado
mais intensamente com o fim da Organização Internacional do Café) e aos problemas
provocados pelo clima.
Podem-se resumir os principais aspectos que prejudicam a
competitividade internacional da cafeicultura:
a) deficiência na qualidade, baixa produtividade, custos de
transporte elevados e ociosidade na indústria de processamento;
b) bloqueio de mercado
(principalmente na distribuição e no controle de marcas) causado por acordos
comerciais à penetração do produto brasileiro;
c) a tributação imposta pelos países importadores.
A
produção brasileira está regionalizada em basicamente dois pólos. Um, na região sul do estado de Minas Gerais - e mais recentemente no Cerrado Minerio -, onde se
concentram variedades de café
arabica suficientes para produzir um café de qualidade, adaptadas a novas técnicas
de produção, como a do “café adensado”. Outro, onde se encontra produção
de cafés de baixa qualidade, voltados basicamente para a composição
de misturas (blends) pelos produtores
internacionais, utilizando basicamente as espécies chamadas robusta.
A perda de controle por parte do
Brasil do mercado mundial (o País já teve 80% do mercado mundial e hoje apenas
cumpre sua cota de 25%, ou de 18 milhões de toneladas/ano) teve alguns
aspectos positivos.
Entre eles, o de alertar para a
necessidade de introduzir conceitos de qualidade e dar maior atenção à
diferenciação do produto, explorando nternacionalmente a faixa gourmet, hoje dominada pela Colômbia e por países da América Central.
A tendência para a introdução de técnicas de adensamento da produção, o uso crescente
da irrigação (em Minas Gerais),
a concentração do plantio em regiões de baixa incidência de geadas e a
busca de mercados de qualidade abrem a perspectiva de retomada de parte do espaço perdido
no período em que o País se dedicou apenas a administrar uma política de preços
e tarifas de exportação elevados.
Em algumas regiões, os aumentos significativos de produtividade (chegando
a 40 sacas/60 kg por hectare), a disponibilidade
de terras para a duplicação das áreas apropriadas à produção de cafés de melhor qualidade
e a melhoria da qualidade
na etapa de torrefação
sugerem que o café brasileiro tende a recuperar sua competitividade no mercado
internacional, a despeito dos problemas apresentados.
Políticas econômicas
A
partir do governo
de Prudente de Morais (1894-1898), com a hegemonia pulista sobre o governo federal,
a política econômica brasileira tendeu a voltar-se pra os interesses da cafeicultura. No entanto, em momentos de crise e pressões externas, os governantes
paulistas foram obrigados a adotar medidas que sacrificavam alguns setores da produção cafeeira.
O aumento da dívida externa brasileira, a desvalorização da moeda no mercado internacional e a inflação
galopante provocaram a primeira crise, logo nos primeiros
anos da República. Em 1898, no início
do governo de Campos Sales,
Ra firmado o funding-loan, acordo que estipulava o pagamento da dívida
extrna brasileira em um prazo de 63 anos, com o início programado para 1911. O
governo comprometia-se a retirar papel- moeda de circulação, de forma provocar a
queda da inflação e promover uma ampla redução nos gastos públicos, com
demissões de funcionários,
paralisação de obras públicas e novos impostos sobre a população. Além disso,
deixava como garantia aos credores as
receitas da alfândega do Rio de Janeiro.
A cidade do Rio de Janeiro contava com cerca de 1 milhão de habitantes em 1910, quase o dobro da população
da cidade de São
Paulo n mesma época. Seu crescimento acelerado não ocorreu, todavia, de forma
súbita. Desde o início do século XIX, com a chegada d família real portuguesa e,
posteriormente, como sede da Monarquia brasileira, o Rio manteve-se como a
maior cidade do país. Capital
política, cultural e econômica, teve nos anos republicanos o período mais
agitado da sua história.
A reurbanização do rio do Rio de Janeiro
A cidade do Rio de Janeiro tinha
cerca de 700 mil habitantes em 1904. Desde o início do século 19, manteve-se
como a maior cidade do país. Com exceção
de seus palacetes de Botafogo
e Laranjeiras, era cortada por ruas estreitas
e vielas, onde se erguiam prédios
e imensos cortiços.
Nos morros, amontoados de barracos formavam
as primeiras favelas.
Nas áreas pantanosas, ocorriam epidemias de febre tifóide,
varíola e febre amarela. O mau cheiro era insuportável, principalmente
com o calor.
Uma reformulação do Rio de Janeiro
foi concebida para tornar a cidade semelhante às metrópoles européias
e agradável para sua elite.
Abrir largas avenidas, erradicar as doenças,
derrubar os cortiços
e sobretudo empurrar
para longe a massa pobre,
negra e mestiça eram
os desejos da população elegante do município.
Durante o governo de Rodrigues
Alves (1902-1906), cortiços foram derrubados, dando lugar a belas praças,
charmosos jardins, largas avenidas e vistosos palacetes. O Rio
iria tornar-se a “cidade maravilhosa”.
O
resultado foi a deterioração das condições de vida dos trabalhadores. O preço dos aluguéis subiu,
e a população mais pobre foi removida do centro para áreas mais
distantes. Nos morros, as favelas proliferavam.
Em 9 de novembro de 1904, o governo decretou a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola. O jovem dr. Oswaldo Cruz comandava a campanha. O anúncio provocou
uma onda de protestos que culminou na chamada Revolta
da Vacina. Nos dias seguintes, populares levantavam-se no espaço público recém-urbanizado incitando à rebelião.
A polícia era recebida a pedradas. A multidão circulava ruidosamente pelas largas
avenidas, pelos belos jardins, diante das suntuosas mansões.
O espaço público era ocupado, à
força, pelos manifestantes. A fúria se voltava contra automóveis, bondes,
delegacias, postes de iluminação,
calçamentos. O governo
perdeu o controle
da capital, só retomado com a repressão
do Exército, da Marinha e da Guarda
Nacional. A revolta tornou-se epidêmica.
Para a maior parte
da população, vítima
de seu alheamento das decisões
políticas, de uma modernização autoritária que desalojava os moradores e expulsava-os das regiões centrais,
de um poder público que agravava cada vez mais suas condições
de vida e não lhes oferecia nenhum tipo de assistência,
a vacinação representava uma espécie de violação de seus próprios corpos.
A revolta da
vacina
A cidade do Rio de Janeiro tinha
cerca de 700 mil habitantes em 1904. Desde o início do século 19, manteve-se
como a maior cidade do país. Com exceção
de seus palacetes de Botafogo
e Laranjeiras, era cortada por ruas estreitas
e vielas, onde se erguiam prédios
e imensos cortiços.
Nos morros, amontoados de barracos formavam
as primeiras favelas.
Nas áreas pantanosas, ocorriam epidemias de febre tifóide,
varíola e febre amarela. O mau cheiro era insuportável, principalmente
com o calor.
Uma reformulação do Rio de Janeiro
foi concebida para tornar a cidade semelhante às metrópoles européias
e agradável para sua elite.
Abrir largas avenidas, erradicar as doenças,
derrubar os cortiços
e sobretudo empurrar
para longe a massa pobre,
negra e mestiça eram
os desejos da população elegante do município.
Durante o governo de Rodrigues
Alves (1902-1906), cortiços foram derrubados, dando lugar a belas praças,
charmosos jardins, largas avenidas e vistosos palacetes. O Rio iria
tornar-se a “cidade maravilhosa”.
O
resultado foi a deterioração das condições de vida dos trabalhadores. O preço dos aluguéis subiu,
e a população mais pobre foi removida do centro para áreas mais
distantes. Nos morros, as favelas proliferavam.
Em 9 de novembro de 1904, o governo decretou a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola. O jovem dr. Oswaldo Cruz comandava a campanha. O anúncio provocou
uma onda de protestos que culminou na chamada Revolta
da Vacina. Nos dias seguintes, populares levantavam-se no espaço público recém-urbanizado incitando à rebelião.
A polícia era recebida a pedradas. A multidão circulava ruidosamente pelas largas
avenidas, pelos belos jardins, diante das suntuosas mansões.
O espaço público era ocupado, à
força, pelos manifestantes. A fúria se voltava contra automóveis, bondes,
delegacias, postes de iluminação,
calçamentos. O governo
perdeu o controle
da capital, só retomado com a repressão
do Exército, da Marinha e da Guarda
Nacional. A revolta tornou-se epidêmica.
Para a maior parte
da população, vítima
de seu alheamento das decisões
políticas, de uma modernização autoritária que desalojava os moradores e expulsava-os das regiões centrais,
de um poder público que agravava cada vez mais suas condições
de vida e não lhes oferecia nenhum tipo de assistência,
a vacinação representava uma espécie de violação de seus próprios corpos.
A revolta da
chibata
No ano de 1910, ocorreu uma rebelião militar
na Marinha, mais conhecida como a Revolta
da Chibata. Naquela
época o recrutamento militar
é obrigatório e quem mais sofria era a população mais pobre, pois não contava
com nenhum prestígio político para livrá-los do serviço militar. O corpo militar contava com diferentes
castigos físicos sob os membros inferiores, como cabos,
soldados e sargentos, onde ocorria tanto na força do Exército quanto na Marinha.
No Exército os castigos
físicos eram menos violentos e também ocorriam
em menor escola
graças ao seu caráter popular. Entretanto, na Marinha qualquer
desvio de conduta ocasionava em castigos com açoitamentos. Após a condenação de Marcelinho Meneses a 250 chibatas, em 1910, onde os demais
marinheiros tiveram que obrigatoriamente assistir
ao castigo, os mesmo se revoltaram. No dia 22 de novembro
de 1910, os marinheiros se rebelaram e tomar posse
do navio Minas Gerais, com isso, outros
três navios aderiram ao
movimento, sendo eles: São Paulo, Bahia e Deodoro.
Como líder, este movimento teve
João Cândido, onde o comandante do navio de Minas Gerais juntamente com outros oficiais foram mortos
e o conflito tomou outras
dimensões, isto é, de luta armada que ocasionou também
mortes do lado dos marinheiros. As reivindicações dos marinheiros eram apenas duas: o fim dos castigos
corporais e a melhoria na alimentação, e assim solicitando suas reivindicações, João Candido
enviou através do rádio uma mensagem ao Palácio do Catete (Sede
do Governo Federal), dizendo que caso não fossem aceitas as mudanças exigidas
pelos marinheiros, haveria um bombardeamento contra a cidade.
Os navios estavam ancorados na Baía de Guanabara, estando
apontados diretamente para o centro
da cidade, onde fez com que o presidente Hermes da Fonseca
ficasse sem saída.
Entretanto, com a iniciativa do senador Rui Barbosa, foi aprovado às reivindicações
propostas pelos marinheiros e ainda nenhum deles seria preso. Assim, os marinheiros revoltosos se entregaram a autoridade, e os
castigos corporais foram definitivamente encerrados, porém os líderes do
movimento foram presos, inclusive João Candido. Com a precária condição da prisão muitos desses líderes presos
morreram em cárcere, sendo que João Candido sobreviveu e foi absolvido pelo julgamento ocorrido em
1912. Desta forma, ficou conhecido como Almirante Negro que faleceu em 1969.
TESTES:
1.
(FUVEST-2008)
– “A exclusão dos analfabetos pela Constituição republicana (de 1891) era particularmente discriminatória, pois, ao mesmo tempo retirava a obrigação do governo de fornecer instrução
primária, que constava
do texto imperial,
e exigia para a cidadania
política uma qualidade
que só o direito social da educação
poderia fornecer...” Os Bestializados,
José Murilo de Carvalho
a)
Que relação o texto estabelece entre ensino público
e exercício da cidadania política durante a Primeira República (1889 - 1930)?
b) O que a atual Constituição dispõe a respeito desta relação?
RESPOSTA
A- O Sistema eleitoral
agora concedia direito ao voto universal masculino,
não-secreto a todos aqueles que fossem maiores de
21 anos e comprovassem sua alfabetização. A adoção do voto universal e abandono do regime censitário, criado durante a monarquia, de fato, modificou
o universo de cidadãos votantes.
A péssima condição
da educação nacional
fazia com que a exigência da alfabetização deixasse a grande maioria
dos brasileiros alheia ao pleito.
Além disso, o voto não-secreto era outro dispositivo que impedia o exercício autônomo das escolhas políticas.
B- Foram realizadas mudanças para a consolidação da democracia como
o direito de voto aos analfabetos e facultativos aos jovens com idade entre 16 e 18 anos. A Constituição de 1988 estabelece
a gratuidade e a obrigatoriedade da freqüência escolar até os 14 anos - término do ensino fundamental, antigo 1º grau, além de conceder o direito de voto aos analfabetos (facultativo), ampliando assim o exercício da cidadania política.
2. (AGENTE OPERACIONAL-HRSM/DF-MOVENS-2011) –
Sobre o período regencial brasileiro afirma-se:
I. A Constituição de 1824 previa a eleição
de um regente, caso o imperador estivesse impossibilitado de governar. Como o
herdeiro era menor de idade, a Assembléia Geral viu-se forçada a eleger tal regente.
II.
Pelo Ato Adicional de 1834
substituía-se a Regência Una por uma Regência Trina,
tirava-se a autonomia das províncias e criava-se o Conselho de Estado.
III. Foram criadas três correntes políticas: a dos chimangos (que
queriam a autonomia para as províncias), a dos restauradores (que eram a favor da
monarquia e da centralização administrativa) e a dos farroupilhas (que tinham como objetivo
o retorno de D. Pedro I ao trono imperial).
Deve-se dizer, sobre essas afirmações, que:
a) Todas são corretas.
b) Nenhuma é correta.
c) Apenas I e II são corretas.
d) Apenas II e III são corretas.
e) Apenas I e III são corretas.
RESPOSTA “B”.
3.
Rui
Barbosa, como candidato à presidência da República nas
eleições que se realizaram em 1910, declarava: “Mas por isso mesmo que quero o exército grande,
forte, exemplar, não o queria
pesando sobre o governo do país. A nação governa.
O exército, como os demais órgãos do país, obedece”. (Apud Edgard
Carone. A Primeira República.1889-1930. São Paulo. Difel. 1969.
p. 51).
Nesta declaração, Rui Barbosa expressava uma:
a) Crítica ao governo militar do então presidente Marechal Deodoro
da Fonseca.
b) Crítica à candidatura de seu oponente, o militar Hermes da Fonseca.
c) Defesa da maior atuação do Exército na política nacional.
d) Resposta à tentativa de golpe militar liderada pelo Marechal
Floriano Peixoto.
e) Recusa ao apoio
da oligarquia paulista para sua candidatura.
RESPOSTA “B”
04.
(FATEC-2010) Em relação ao direito
de voto, na história política do Brasil, é correto afirmar que:
a) Na Constituição do Império (Carta outorgada de 1824), escravos e
analfabetos não podiam votar.
b) No regime militar, a Constituição
de 1967, que instituiu a eleição indireta para os cargos executivos, reconheceu
o direito de voto dos analfabetos.
c) A primeira
Constituição republicana (1891)
eliminou a exigência de renda mínima
para definir quem seria eleitor,
mas proibiu
o analfabeto de votar.
d) A Constituição republicana de 1891 estendeu o direito de voto à mulher.
e) A Constituição de 1934 (Período Vargas) estendeu o direito de voto à mulher e ao analfabeto.
RESPOSTA “C”.
5.
(DEFENSOR PÚBLICO-DPE/ROFMP-2009) – “... As eleições de 1900 para a Câmara Federal e o terço
do Senado confirmam o benefício desta política em favor
das oligarquias que estão no poder. (...) Este sistema de apoio às oligarquias vai significar a permanência daquelas
que estão no poder. (...) As oposições
oligárquicas agora não podem mais ter esperança
de uma vitória legal, e às
vezes, nem mesmo de um bom êxito revolucionário.” (CARONE. Edgard. A República Velha. 166
edição. São Paulo: Difel. pp. 193-194).
O autor se refere:
a) À política da conciliação.
b) Ao
Encilhamento.
c) À República da Espada.
d) À promulgação da nova constituição republicana.
e) À política dos governadores.
RESPOSTA “E”.
6. (AGENTE DE COMBATE A ENDEMIAS-INST.
LUDUS-2009) – “Cabo de enxada engrossa as mãos. O laço de couro cru, machado e foice também.
Caneta e lápis são ferramentas muito delicadas. A lida é outra: labuta pesada, de sol a sol, nos campos e nos currais.
(...) Ler o quê? Escrever o quê? Mas agora é preciso:
a eleição vem aí e o alistamento rende a estima do patrão, a gente vira pessoa.” Mário Palmério, Vila dos
Confins.
Partindo do texto, é correto dizer que, na República Velha,
a) A campanha eleitoral realizada pelos chefes políticos locais
procurava atingir essencialmente os trabalhadores urbanos menos embrutecidos pelo trabalho pesado e já alfabetizados.
b) Durante o período
eleitoral operava-se uma transformação no trabalhador; esta era a marca do sistema político
que ia do poder dos grandes proprietários rurais aos municípios e, daí,
à capital do Estado.
c) Constantemente os chefes locais se voltavam para seus subordinados, impondo-lhes seus candidatos e dispensando-os dos
trabalhos que engrossam as mãos.
d) O predomínio oligárquico, baseado em uma rede de favores
pessoais, visava, sobretudo, a dissolver os focos de tensão social e oposição política, representadas
nas diversas formas de organização de trabalhadores rurais naquele momento.
e) Ocorria o predomínio oligárquico ligado à manipulação do
processo eleitoral, no qual uma grande rede de favores e compromissos era
estabelecida entre patrão e empregados.
RESPOSTA “E”.
7. (DESENVOLVIMENTO DE SISTEMA-CIÊNCIA DA
COMPUTAÇÃO- FUNDEP-2011) – Sobre o movimento
operário
no Brasil, durante a República Velha
(1889-1930), pode-se afirmar que:
I. O anarco sindicalismo foi à tendência
predominante nas duas primeiras décadas
do século XX, perdendo importância nos anos seguintes.
II. As principais
reivindicações eram os aumentos salariais, a regulamentação do trabalho e a
liberdade de organização.
III. Os anarquistas, ao contrário dos demais agrupamentos, eram constituídos apenas por imigrantes europeus e seus descendentes.
IV. As maiores
greves ocorreram na segunda década do século atual, em razão, principalmente, da
acentuação das diferenças entre os aumentos dos preços e dos salários.
Estão corretas somente as afirmativas
a) I, II e IV.
b) I e III.
c) II, III e IV.
d) I e IV.
e) II e III.
RESPOSTA “A”.
8. (PUCMG-2011) – Todas as opções a seguir têm relação com o movimento operário na
República Velha no Brasil, exceto:
a) Inexistência de regulamentação das relações trabalhistas e
grande número de desempregados.
b) Reduzido poder de pressão, originado pelo pequeno grau de sindicalização.
c) Ausência de organizações autônomas de trabalhadores e de
movimentos grevistas.
d) Grande número de imigrantes em alguns centros urbanos,
especialmente São Paulo.
e) Presença considerável de mulheres e crianças, submetidos a
baixos salários.
RESPOSTA “C”.
9. (UERJ-2008) – “(...) Estão em greve
presentemente, nesta capital, cerca de 15 mil operários, e à hora e que escrevemos, nada faz prever que esse número decresça tão cedo. Ao contrário, há justificados receios
de que o movimento aumente ainda, caso
não se encaminhem as desinteligências para um acordo satisfatório e eqüitativo”.
O Estado de São Paulo, 12/07/1917. Citado por TREVISAN,
Leonardo. A República Velha. São
Paulo: Global, 1982.
O movimento operário, durante as primeiras décadas do regime
republicano no Brasil, caracterizou-se pela existência de:
a) Apoio de trabalhadores rurais, que participaram de várias greves organizadas.
b) Partidos de tendência anarquista, que foram responsáveis pela
Greve Geral de 1917.
c) Reivindicações políticas, que foram atendidas por legislação
implantada na década de 20.
d)
Lideranças de imigrantes
europeus, que traziam a experiência de organização de seus países de origem.
RESPOSTA “D”.
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